Quando da formação de um povoado, havia sempre duas preocupações que eram consideradas extremamente importantes.
A primeira delas era fazer a fixação de um cruzeiro e a construção de uma capela que invariavelmente homenageava-se um santo padroeiro que representava não só a religiosidade, mas também as bênçãos e a proteção de Deus sobre aquele lugar. A segunda era providenciar um local onde fossem sepultados os entes queridos dos familiares que ali aportaram, porque os meios de locomoção eram bastante rudimentares, o que dificultava o translado para localidades mais distantes.
Não se sabe ao certo qual foi a data da fundação do distrito de São Lourenço do Turvo. O documento mais antigo que se tem conhecimento comprovando a existência da povoação é a acta da sessão extraordinária da Câmara Municipal de Matão, datada de 06 de maio de 1899, onde é citada uma comissão de negociantes da Capela do Turvo, que se organizaram e foram a Matão reivindicar seus direitos. Eles reivindicavam o direito de igualdade de isenção de impostos que era concedido aos comerciantes de Matão através de uma resolução da Câmara Municipal de Araraquara; em razão do recém formado município ainda não ter instituído o seu código de posturas. Aqueles negociantes deveriam ter os mesmos direitos em razão daquele povoado ter evoluído para bairro do município de Matão. Todavia tal pedido daquela comissão só foi analisado na quinta sessão ordinária da Câmara Municipal, datada de 15 de maio de 1899, onde a Câmara reconhece que aqueles negociantes já estavam estabelecidos no Bairro do Turvo antes da formação do município de Matão.
No atual Distrito de São Lourenço do Turvo, o primeiro registro de sepultamento foi de uma criança de nome Mário Fontana com 01 mês de idade, ocorrido em 26 de dezembro de 1902 em terras particulares que posteriormente foram doadas ao município. Em sete de junho de um mil novecentos e quatro, foi lavrada a escritura pública de doação conforme: “Livro nº 08, folhas nº 97 do Cartório da Villa do Mattão, onde Antonio Franco Fermino e sua mulher Dona Leopoldina Maria de Jesus e Geronymo Antonio dos Santos doaram juntos à Câmara Municipal do Mattão representada pelo seu Intendente Major Mathias Dias de Toledo e seu Presidente Major Leopoldo Clementino Moreira, uma quarta e meia de terras ou hum mil e oitocentos e setenta e cinco braças quadradas para ser estabelecido o cemitério municipal, no lugar onde tem uma cruz, nas imediações da povoação do Turvo, na margem esquerda do Ribeirão São Lourenço neste município e freguesia do Mattão, com as seguintes confrontações: Rosa Gôndo e Ângelo Cardilli, Fontana e Companhia, Fazenda de São Lourenço do Turvo, Fazenda denominada Fazendinha, Onça, Cachoeira do Espírito Santo e outras. O primeiro registro de sepultamento depois de instituído o cemitério foi de Angelotti João falecido em 31 de julho 1904 com 45 anos de idade.
Adão Manoel Christino
Administrador do Cemitério
06/01/1997 – presente
Matão-SP, 13 de setembro de 2018.